domingo, 18 de dezembro de 2011

Manchado de breu. *



Esse terror que sai de mim. Essa angústia toda. Esse tormento todo. Essas sombras. Desconsolo. E esse amor que permanece. Que armou barraca. Trouxe toalha e travesseiro. Que aperta tanto,quase que corrói. Essas liras. Canções fúnebres que eu canto somente. Não rimo. Porque levas a rima de mim. Do meu peito falho. Suscetível a danos. Desenganos. Desencontros. Liberdade. Sem piedade me desola. Atola os pensamentos em um breu onde ninguém habita. Só esse meu peito surrado. Maltratado por esse amor. Essa vontade de você. Contando nas paredes as marcas marginais. Desiguais. Minutos. Minutos que eu passei por te querer. Por te esquecer. Lembrar de novo e sorrir. Sorrir um choro de esperança de fazer lembrança estátua. E jogar no chão. Estraçalhar então. E lutar comigo pra não juntar os cacos. Os cacos desse amor.
                                 
                                                    [solitos]
     
                                                                         *...Tão sombrio que nem sei se algo resta.

3 comentários:

  1. Amo palavras sentidas que saem do fundo da alma... tudo lindo aqui... obrigada pela tua visita em meu blog, seja sempre bem vinda... beijos

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  2. Somos um pouco
    feitos de cacos,
    de restos,
    de sombras,
    de silêncios.

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  3. Resta, sempre resta. Costumamos achar que é quase o fim do mundo o fim de uma relação. Mas nunca é. Sempre muda pra melhor. Pq nos fazem amadurecer. E escolher melhor pessoa ainda melhores.

    Mas.. até o tempo curar.. ah, como dói..

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