quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Inconsciente tatuado


O céu agora tá mais limpo. Já não me fere teu sarcasmo podre, tua andança entre meus dedos. Desprezo. Minhas cores são diferentes das tuas... entenda. Entenda que não posso agradar por completo os de seu mundo. Não sei fingir hipnose por futilidades. Ou eu sou, ou não sou. E escolhi não ser. Minha impaciência insuportável, minha aversão à mediocridade... minhas lutas, meus medos, os segredos que eu tranco. As palavras que eu não acho, as linhas que eu não entendo, os trilhos em que eu tropeço, me ralo... e sangro eternamente, até alguém soprar. Meu terreno minado, ignorância, o perdão que eu distribuo. As canções que pouco escuto, os rabiscos que chamo de poesia, os parentes que eu não gosto. As formigas que eu destronco por querer. Entenda esse meu jeito. Esse meu lado também podre. Deixa eu ficar um pouco só.
                                                                                                                          
  [solitos]

[E as paredes do meu quarto vão assistir comigo 
á versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
com certeza você já foi embora...]
-Cazuza

4 comentários:

  1. Que delicia passar a tarde fuçando esse blog,me deliciando com escritos tão bem feitos.Já virei seguidora e leitora assidua!bjns
    http://cadernocolorido.blogspot.com

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  2. Custa pra algumas pessoas entenderem essa nossa necessidade de estar sozinho, né? Assusta, estranha, dói. Mas no fim das contas, faz bem... Bonito texto! De verdade. Ah... Um feliz 2012 pra você também, viu?

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  3. Olá Camila, obrigada pela sua visita e comentário. Também gostei do seu blog. Tua poesia é forte, de personalidade. Eu gosto de poesia assim. Parabéns e seja muito bem-vinda!
    Bjinhos XD

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  4. Belas imagens poéticas... "Tua andança entre meus dedos", "os segredos que eu tranco". Amei imaginar.

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