"[...]e as tépidas flores ainda jaziam,com seus espinhos tremendos,dilacerando a carne que não mais havia."
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
...Gotinha de chuva
Se aquelas gotinhas de chuva deslizando na janela soubessem falar,falariam de mim.Eu que te amo tanto,e te odeio tanto mesmo assim.Das bonequinhas despenteadas,dos riscos de caneta na calçada,do sofrimento do joelho hemorrágico,dos soluços do primeiro amor,da primeira dor de ti...desses detalhes que fazem valer a pena a vida,que fazem viver e sobressair a vela.Gritando em silêncio elas ditariam as amarguras todas,o amigo imaginário,a canetinha e o papel,o primeiro caderno,o primeiro livro lido.Falariam de mim.De meus sonhos.De meus medos.Dos amigos perdidos.Dos refeitos.Dos desfeitos.Das lenhas.Dos fogos.Da quarta série.Do colegial.Vai gotinha,diz a eles quem sou eu...você que sabe o que eu fazia em outras chuvas...da chuva que você fugiu,e se prendeu em mim,pra eu gostar de você,dedicar-lhe confissões de voz calada,sem dizer nada e sorrir...
[solitos]
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Valeu pela presença lá no Galpões de Sonho!
ResponderExcluirVolte sempre que desejar.
Um abraço,
Mariana Figueiredo.
PS: Lindo o que você escreve. Lindo mesmo.
As gotas do nosso silêncio, do teu silêncio...Tem ocasiões que a vida não nos permite testemunhas do que passamos e sentimos. Ficam as gotas, a chuva, o lugar... Mas ninguém vê, ninguém percebe, ninguém sente. Mas a poesia registra e alivia.
ResponderExcluirBelo poema, Camila!
Bom de sentir.
Um Feliz Natal e Um Ano Novo Magnífico!
ResponderExcluirA todos os Amigos do Toque de Midas, o meu
eterno agradecimento pelo vosso carinho e amizade.
Volto breve, a partir de Janeiro estarei por aqui
a visitar todos os que muito estimo
Bom Ano 2012
Abraços
Très beau texte.
ResponderExcluirRoger
Camila!!!! Quanta coisa bonita por aqui... tua escrita é pulsante, forte, verdadeira. é viva. Que bom descobrir este teu canto, e através das tuas palavras, ir te descobrindo também!
ResponderExcluirA vida que passa, que flui, as pessoas que passam, que ficam, o vento que toca nossa pele e acaricia nosso silêncio... as verdades que a gente nem sabe que sabe... as esperas, as procuras, os compassos descompassados...a vida, enfim. tragicômica, em alegre desespero... mas a gente vai. vai sendo, se descobrindo, se entortando, se descortinando, se abrindo...
Beijos pra vc, moça... que a poesia continue fazendo as palavras pulsarem feito brasas! (e daqui uns dias to por aí, amos marcar uma prosa!!).
Fiquei com pena deste ursinho
ResponderExcluirvendo aquela chuva fina
mas as gotas desta chuva
eram poemas de um amor contraditório
em lindos versos
que escorriam
no olhar do ursinho triste
mas não fique triste
meu ursinho
Sabe que faço com amores
não correspondidos
fracassados
lindo poemas e ganho a vida
com eles.
Beijos poéticos
Luiz Alfredo - poeta